O QUE A TRILHA SONORA CAUSA NO ESPECTADOR DO SEU VÍDEO

Lucas Côrtes
6 min readJun 25, 2021

Assim como todos os sons e músicas, a trilha sonora causa um efeito profundo na consciência e no corpo de quem escuta, de uma forma diferente da que interage com objetos inanimados.
O ser humano tem regiões no cérebro que são capazes, e feitas para, receber as ondas mecânicas de uma forma peculiar e que melhora nosso entendimento do meio.

Por exemplo, no tálamo, que fica lá no meio do cérebro mais ou menos, que é responsável pela regulação do sono, também é transmitida a informação sensorial pro restante do cérebro. Também algumas outras áreas são afetadas pelo som e interferem em como ele interage com o nosso corpo e mente.

A música e o som (e a trilha sonora), estão ligados diretamente à partes do cérebro que são responsáveis pela coordenação motora, comportamento, memória, emoção, personalidade, decisões, empatia, dor, sociabilidade, interpretação de linguagem, regulação da frequência cardíaca, aprendizado e reações, pra citar algumas.

Vendo assim podemos até achar que nosso corpo é guiado pelos sons que ouvimos. E é, além de ser influenciado também pelos outros sentidos.

Estudos da Universidade de Lund, na Suécia, revelaram alguns mecanismos psicológicos desencadeados pelo som. Quando um som é alto ou dissonante (quando frequências distintas mas próximas são emitidas ao mesmo tempo), sinalizam um evento potencialmente importante ou urgente. É simples entender que quando ouvimos um barulho estrondoso pode ser algo muito grande e muito perto, o que pode causar algum efeito imediato na nossa própria existência e exige total atenção, pelo menos até o momento em que percebemos que tá tudo bem agora.

Também observaram a relação cognitiva de sons e configurações do momento em geral, como lugar e estado emocional que o indivíduo se encontra quando recebe a onda mecânica nos seus sensores auditivos. Outra nota curiosa dessa pesquisa é que percebemos quando uma música é triste, mas não por ela ser triste, mas porque achamos que ela é triste, e isso causa efeitos relacionados ao que entendemos dessa emoção.

Entre os mais memoráveis está aquele efeito que todo mundo já sentiu, que é quando a pessoa vai correndo pra pista de dança segurando a mão da amiga gritando: ‘amiga, essa é a nossa música!’ e dança mais feliz do que com as outras músicas felizes (mais até do que com músicas até mais felizes), porque traz lembranças de algum evento marcante entre as duas amigas. Também acontece quando a gente ouve aquela musiquinha que a gente conhece desde criancinha, que a gente nem lembra quando ouviu pela última ou pela primeira vez, mas que ela já vem ligada desde o centro da nossa existência e é bem difícil tirar ela dali.

O que mais desperta a curiosidade, no entanto, é como nosso sistema existencial espera alguma coisa da música. Esperamos que a música seja de uma forma comum, como as que a gente tá acostumado a ouvir. Quando a música é diferente, isso desperta um sentimento de surpresa e curiosidade na gente, e faz a gente prestar mais atenção por alguns instantes, até a gente achar que poderia estar escutando uma música que achamos mais legal, se for a intenção.

Nossa respiração também muda (junto com nossos batimentos cardíacos) dependendo de como interpretamos um som. Por exemplo, se você sempre escutar um som antes de um evento, automaticamente seu corpo esperará que aquele evento ocorra posteriormente ao som, como se fosse um alarme que avisa pra todo mundo que tá chegando. Quem é responsável por esse alarme é a amídala, que faz parte do sistema límbico (amiga do tálamo) e ajuda na regulação do comportamento e emoções. A amídala também é responsável pela aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante; o que é exatamente o que o jingle faz, deixando você feliz com uma música legal e uma letra que é feita pensando em formas de deixar você mais emocionado ainda com aquele suco de laranja.

Parece simples ouvir um som, e é, mas o nosso corpo tem um trabalho constante pra decifrar e armazenar essas informações nos lugares adequados e causar as reações pertinentes à nossa escuta.
Esse sistema límbico, que é um grande influenciado pela escuta, é pra quem a fazemos a música; se ele gostar, tudo dá certo, se não gostar, fica bravo. Assim podemos manipular as reações do espectador do seu vídeo pelo som enquanto o vídeo distrai a pessoa com cores vivas ou deixa quem assiste mais quietinho um pouco com cores mais frias.

Até a motivação é criada nesse sistema límbico do nosso cérebro, e é por isso que a música consegue causar aquela sensação de ‘eu vou conseguir’ quando você escuta a progressão de acordes adequada.
Isso tudo acontece antes que percebamos que ouvimos o som, o que é o mais incrível. Ou seja, mesmo que a pessoa perceba e fale ‘caramba, esse vídeo quer me deixar motivado mesmo, hein’ o vídeo, que obviamente tem aquela trilha sonora maneirona, já deixou a pessoa motivada e agora ela vai ter que continuar a conclusão da agenda dela pro dia. Imagina só.

Mas não é assim também, porque por mais que a música seja motivadora, a pessoa vai ver o vídeo e vai perceber se ele é motivador assim mesmo ou se é alguma arte inovadora que usa música motivacional com peças visuais incoerentes de propósito por motivos misteriosos.

Isso ajuda pra conversar com as pessoas, porque se a pessoa faz uma cara triste mas fala feliz a gente percebe que ela pode estar só fingindo, ou se fala brava mas o rostinho está sorridente, entendemos que tem alguma coisa bem estranha acontecendo com ela. Além da linguagem corporal que também implica alterações na forma que o corpo decifra todos esses dados.

A música, como sabemos desde pequenos, é uma linguagem, e ela se comunica mesmo sem ninguém falando junto com uma letra ou um texto legal que vai vender mais, e inclusive até ajuda o texto a ser mais relevante pra pessoa ou fazer com que a pessoa pelo menos escute até o final o que o vídeo tem a dizer, mesmo que seja só pra ouvir a música (mas aí você já falou a mensagem e a pessoa agora já ouviu o que você tinha pra falar do mesmo jeito).

Essa linguagem (a da música) é muito mais primitiva e se comunica com estruturas enraizadas nas profundidades do nosso cérebro de forma muito mais natural e fluida do que as palavras que estamos acostumados a usar quando nos comunicamos com nossos compatriotas de espécie.
Sabe quando você está conversando com alguém e você sabe exatamente a próxima palavra que a pessoa vai dizer, mesmo quando ela não lembra a palavra? E aí você já sabe e, mesmo sem falar a palavra pra aliviar a agonia da pessoa que esqueceu como se pronuncia a intenção dela, quando ela fala seu cérebro te dá uma recompensa e é muito provável que você dê um sorrisinho e levante uma placa escrito: eu já sabia. Mas mesmo sem placa e sem sorrisinho, essa sensação é um biscoito que o seu cérebro te dá por ajudar ele mesmo a entender melhor as coisas como estímulo pra que você continue entendendo tudo direitinho assim que tá indo muito bem.

Dessa mesma forma nosso cérebro deixa a gente feliz quando a gente fica ‘caramba, é o drop, tá vindo a música de novo, tá quase, tá vindo’ e depois vem exatamente o que a gente tava esperando. É como se o nosso cérebro soubesse quem está batendo na porta antes de bater, mas só deixa a gente saber que ele já sabia quando a coisa acontece de verdade. É difícil ficar feliz pelo pós-drop durante o drop, não é verdade?

A música e o som (e a trilha sonora) são um grande quebra-cabeça pro nosso cérebro, e isso causa grande parte do nosso interesse por músicas e sons. Estamos sempre buscando esse biscoitinho que recebemos quando juntamos as peças corretamente, e isso nos faz ser cada vez mais atraídos por sons e músicas que proporcionam esse tipo de experiência pra nós.
Cada música tem o seu público alvo e cada público alvo tem a sua música. Da mesma forma, cada vídeo pode ter uma música feita especialmente pra ele pra você poder causar aquela impressão e efeito que você espera e gostaria e receber aquele biscoitinho gostoso do seu cérebro por você ter feito o seu trabalho corretamente.

Pra isso ser mais simples pra você, tenho duas opções pra te ajudar: uma é que você pode clicar aqui e falar pra mim como é que você precisa e espera que a trilha da sua produção seja pra podermos trabalhar juntos pela melhora dela.
A outra opção é você clicar aqui pra poder conhecer o catálogo e poder encontrar a música que, mesmo sem ter feito sob medida, cabe certinho no seu vídeo e já faz tudo que você gostaria!

Após todo esse conhecimento aposto que você vai ouvir as músicas de outro jeito e entender muito melhor por quê você fica tão feliz quando toca aquela música :))
Sinta-se à vontade para conhecer o site e explorar os outros artigos do blog e entrar em contato pra gente poder conversar mais sobre o seu projeto e descobrir como posso ajudar pra deixar o som dele do jeito que você imaginou!

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